samedi 5 février 2011

06 de Fevereiro de 2011 – 5º Domingo do Tempo Comum (Semana I do Saltério) – Ano A – Cor Litúrgica: Verde

A Palavra de Deus deste 5º Domingo do Tempo Comum convida-nos a refletir sobre o compromisso cristão. Aqueles que foram interpelados pelo desafio do “Reino” não podem remeter-se a uma vida cômoda e instalada, nem refugiar-se numa religião ritual e feita de gestos vazios; mas têm de viver de tal forma comprometidos com a transformação do mundo que se tornem uma luz que brilha na noite do mundo e que aponta no sentido desse mundo de plenitude que Deus prometeu aos homens – o mundo do “Reino”.

A Primeira Leitura apresenta as condições necessárias para “ser luz”: é uma “luz” que ilumina o mundo, não quem cumpre ritos religiosos estéreis e vazios, mas quem se compromete verdadeiramente com a justiça, com a paz, com a partilha, com a fraternidade. A verdadeira religião não se fundamenta numa relação “platônica” com Deus, mas num compromisso concreto que leva o homem a ser um sinal vivo do amor de Deus no meio dos seus irmãos.
A Segunda Leitura avisa que ser “luz” não é colocar a sua esperança de salvação em esquemas humanos de sabedoria, mas é identificar-se com Cristo e interiorizar a “loucura da cruz” que é dom da vida. Pode-se esperar uma revelação da salvação no escândalo de um Deus que morre na cruz? Sim. É na fragilidade e na debilidade que Deus se manifesta: o exemplo de Paulo – um homem frágil e pouco brilhante – demonstra-o.
No Evangelho, Jesus exorta os seus discípulos a não se instalarem na mediocridade, no comodismo, no “deixa andar”; e pede-lhes que sejam o sal que dá sabor ao mundo e que testemunha a perenidade e a eternidade do projeto salvador de Deus; também os exorta a serem uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimento, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança.
Isaías 58, 7-10
Assim diz o Senhor:

7
Reparte o pão com o faminto,
acolhe em casa os pobres e peregrinos.
Quando encontrares um nu, cobre-o,
e não desprezes a tua carne.

8Então, brilhará tua luz como a aurora
e tua saúde há de recuperar-se mais depressa;
à frente caminhará tua justiça
e a glória do Senhor te seguirá.

9Então invocarás o Senhor e ele te atenderá,
pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui'.
Se destruíres teus instrumentos de opressão,
e deixares os hábitos autoritários
e a linguagem maldosa;

10se acolheres de coração aberto o indigente
e prestares todo o socorro ao necessitado,
nascerá nas trevas a tua luz
e tua vida obscura será como o meio-dia.”


Salmos 111 (112), 4-9
Brilha para os homens retos como luz nas trevas:
ele é piedoso, clemente e compassivo.
 Feliz o homem que se compadece e empresta
e administra os seus bens com justiça.
Este jamais sucumbirá.
O justo deixará memória eterna.
Não tem receio das más notícias;
o seu coração está firme e confiante no SENHOR.
Seu coração está firme; por isso nada teme
e verá os seus opressores confundidos.
Reparte do que é seu com os pobres;
a sua generosidade subsistirá para sempre
e o seu poder crescerá em glória.

I Carta aos Coríntios 2, 1-5
Eu mesmo, quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da linguagem ou da sabedoria, para vos anunciar o mistério de Deus. Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. Estive no meio de vós cheio de fraqueza, de receio e de grande temor.
A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Evangelho segundo São Mateus 5, 13-16
«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Something Beautiful for God (a partir da trad. La joie du don, Seuil, 1975, p. 31)
«Brilhe a vossa luz diante dos homens»
Os cristãos são para os outros (para os homens do mundo inteiro) como a luz. Se somos cristãos, devemos ser parecidos com Cristo.
Se quereis aprender a ser assim, a arte da atenção far-vos-á  ser cada vez mais como Cristo, que tinha o coração humilde e estava sempre atento às necessidades dos homens. Nesta atenção para com os outros dá-se início a uma grande santidade, e, para ser bela, a nossa vocação deve estar cheia dessa atenção. Por onde Jesus passou, só fez o bem. E em Caná a Virgem Maria só pensou nas necessidades dos outros e no modo de o dizer a Jesus.
O cristão é um tabernáculo do Deus vivo. Ele criou-me, escolheu-me e veio morar em mim porque de mim teve necessidade. E, agora que já aprenderam quanto Deus vos ama, o que haverá de mais natural do que passar o resto da vossa vida a resplandecer com esse amor? Ser verdadeiramente cristão é acolher Cristo de verdade e assim vir a ser outro Cristo; é amar como somos amados, como Cristo nos amou na Cruz.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20110206&id=151&fd=1
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20110206
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110206

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire