lundi 31 janvier 2011

31 de Janeiro de 2011 – Segunda-feira da 4ª Semana do Tempo Comum – Cor Litúrgica: Branco (Semana IV do Saltério) – Ano A – São João Bosco (Presbítero, Fundador), Memória

“Estes, pela fé, conquistaram reinos.  
Deus estava prevendo, para nós, algo melhor.”

Carta aos Hebreus 11,32-40

Reflexão - Mc 5, 1-20
O que nós queremos fazer a partir do momento em que fazemos uma experiência mais profunda do amor de Deus em nossas vidas? Em muitos casos, o que acontece é que a pessoa adota uma postura intimista e individualista de vivência religiosa. O Evangelho de hoje nos mostra essa tendência, mas nos mostra também a vontade de Deus. Jesus não permitiu que o homem que tinha sido endemoninhado ficasse com ele, mas o enviou para ser evangelizador através do testemunho da misericórdia de Deus, mostrando-nos, assim, que a verdadeira resposta ao amor de Deus é o compromisso evangelizador.

Carta aos Hebreus 11, 32-40
Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo se quisesse falar acerca de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi e Samuel e dos profetas, os quais, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza, recobraram a força, tornaram-se fortes na guerra, e puseram em fuga exércitos estrangeiros.
Algumas mulheres recuperaram os seus mortos por meio da ressurreição. Alguns foram torturados, não querendo aceitar a libertação, para obterem uma ressurreição melhor; outros sofreram a prova dos escárnios e dos flagelos, das cadeias e da prisão. Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada; andaram errantes cobertos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados e maltratados; homens de quem o mundo não era digno, andaram vagueando pelos desertos, pelos montes, pelas grutas e pelas cavidades da terra.
E todos estes, apesar de terem recebido um bom testemunho, graças à sua fé, não alcançaram a realização da promessa, porque Deus tinha previsto algo de melhor para nós, de modo que eles não alcançassem a perfeição sem nós.

Salmos 31, 20-21.23-24
Como é grande, SENHOR,
a bondade que reservas
para os que te são fiéis!
Tu a concedes,
à vista de todos,
àqueles que em ti confiam.
Ao abrigo da tua face,
Tu os guardas das intrigas dos homens;
na tua tenda os defendes
contra as línguas maldizentes.
Na minha ansiedade, eu dizia:
"Fui banido da tua presença."
Tu, porém, ouviste
o brado da minha súplica,
quando eu te invoquei.
Amai o SENHOR,
todos vós, que sois seus amigos!
O SENHOR protege os seus fiéis,
mas castiga com rigor os orgulhosos.

Evangelho segundo São Marcos 5, 1-20
Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar. Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras.
Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» Efetivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.» E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região.
Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou. Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara.
Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território.
Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se maravilhavam.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love» (a partir da trad. de «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 26)
«O homem que fora possesso suplicou-Lhe que o deixasse andar com Ele. [...] Disse-lhe antes: 'Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti'»
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo 3, 16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação a alma bebe diretamente do coração de Deus as graças que a vida ativa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze conosco, que esteja conosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De fato, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16, 15).

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110131

dimanche 30 janvier 2011

30 de Janeiro de 2011 – 4º Domingo do Tempo Comum – Cor Litúrgica: Verde (Semana IV do Saltério) – Ano A

“Deixarei entre vós um punhado
 de homens humildes e pobres.”
Profecia de Sofonias 2,3; 3,12-13

As leituras deste domingo propõem-nos uma reflexão sobre o “Reino” e a sua lógica. Mostram que o projeto de Deus – o projeto do “Reino” – roda em sentido contrário à lógica do mundo… Nos esquemas de Deus – ao contrário dos esquemas do mundo – são os pobres, os humildes, os que aceitaram despir-se do egoísmo, do orgulho, dos próprios interesses que são verdadeiramente felizes. O “Reino” é para eles.

Na Primeira Leitura, o profeta Sofonias denuncia o orgulho e a auto-suficiência dos ricos e dos poderosos e convida o Povo de Deus a converter-se à pobreza. Os “pobres” são aqueles que se entregam nas mãos de Deus com humildade e confiança, que acolhem com amor as suas propostas e que são justos e solidários com os irmãos.
Na Segunda Leitura, Paulo denuncia a atitude daqueles que colocam a sua esperança e a sua segurança em pessoas ou em esquemas humanos e que assumem atitudes de orgulho e de auto-suficiência; e convida os crentes a encontrar em Cristo crucificado a verdadeira sabedoria que conduz à salvação e à vida plena.
O Evangelho apresenta a magna carta do “Reino”. Proclama “bem-aventurados” os pobres, os mansos, os que choram, os que procuram cumprir fielmente a vontade de Deus, porque já vivem na lógica do  “Reino”; e recomenda aos crentes a misericórdia, a sinceridade de coração, a luta pela paz, a perseverança diante das perseguições: essas são as atitudes que correspondem ao compromisso pelo “Reino”.

Sofonias 2, 3. 3, 12-13
Procurai o Senhor, vós todos, os humildes da terra que cumpris a sua lei. Procurai a justiça, buscai a humildade: talvez assim acheis abrigo no dia da cólera do Senhor. Deixarei subsistir no meio de ti um povo pobre e humilde; eles procurarão refúgio no nome do Senhor.
O resto de Israel não cometerá mais a iniqüidade, nem proferirá mentiras; não se achará mais na sua boca uma língua enganadora. Eles apascentarão e repousarão sem que ninguém os inquiete.

Salmos 146, 7-10
Ele é eternamente fiel à sua palavra;
salva os oprimidos, dá pão aos que têm fome;
o SENHOR liberta os prisioneiros.
O SENHOR dá vista aos cegos,
o SENHOR levanta os abatidos;
o SENHOR ama o homem justo.
O SENHOR protege os que vivem em terra estranha
e ampara o órfão e a viúva,
mas entrava o caminho aos pecadores.
O SENHOR reinará eternamente!
O teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações!

I Carta aos Coríntios 1, 26-31
Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação: humanamente falando, não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte.
O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém pode se vangloriar diante de Deus. É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

Evangelho segundo São Mateus 5, 1-12
Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram, porque serão consolados.
Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 71, para a festa de Todos os Santos (a partir da trad. Cerf. 1991, p. 573 rev.)
«Felizes os que choram, porque serão consolados»
«Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte [...] e começou a ensiná-los» A montanha a que Jesus subiu foi a da Sua própria felicidade e a da Sua essência, na qual Ele é um com Seu Pai. E foi seguido por uma grande multidão: é a multidão dos santos cuja festa se celebra hoje; todos O seguiram, cada um de acordo com a vocação a que Deus o chamou. Nisso devemos imitá-los, prestando antes de mais atenção à nossa vocação, para nos assegurarmos daquilo a que Deus nos chama e seguir então esta chamada. [...]
Chegado ao cimo da montanha, Jesus começou a falar e proclamou as oito bem-aventuranças. [...] «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.» A primeira virtude é a pobreza espiritual, porque ela é o início e a base de toda a perfeição. Viremos esta questão de todas as formas, no fundo, será sempre necessário que o homem seja despojado, desamarrado, livre, pobre e desligado de toda a riqueza, para que Deus realmente conclua a Sua obra. O homem tem de se desembaraçar de todo e qualquer laço; somente assim Deus poderá estar com ele. [...]
«Felizes os mansos, porque possuirão a terra» por toda a eternidade. Dá-se aqui um passo mais porque, pela verdadeira pobreza, libertamo-nos dos obstáculos, mas com a doçura penetramos mais nas profundezas, expulsamos toda a amargura, toda a irritabilidade e toda a imprudência. [...] Para quem é manso, nada é amargo. Para os que são bons, também tudo é bom; tudo vem do seu fundo bom e puro. [...] Quem é manso possui a terra, residindo na paz, aconteça-lhe o que lhe acontecer. Mas, se não agires assim, perderás simultaneamente esta virtude e a paz, e poder-se-á dizer de ti que és um quezilento e comparar-te a um cão tinhoso.
«Felizes os que choram [...].» Quem são, por conseguinte, estes que choram? Num certo sentido, são os que sofrem; noutro, são os que choram os seus pecados. Mas os nobres amigos de Deus, que neste aspecto são os mais felizes de todos, terminaram de chorar os seus pecados [...]; e, contudo, não deixam de chorar: choram os pecados e as faltas do seu próximo. [...] E assim, os verdadeiros amigos de Deus choram devido à cegueira e à miséria dos pecados do mundo.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20110130
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110130
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=23639&language=PT&img=&sz=full

29 de Janeiro de 2011 – Sábado da 3ª Semana do Tempo Comum (Semana III do Saltério) – Ano A

Carta aos Hebreus 11, 1-2.8-19
Ora a fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem. Foi por ela que os antigos foram aprovados. Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, estabeleceu-se como estrangeiro na Terra Prometida, habitando em tendas, tal como Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa, pois esperava a cidade bem alicerçada, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus.

Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a possibilidade de conceber, porque considerou fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso, de um só homem, e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar.

Foi na fé que todos eles morreram, sem terem obtido os bens prometidos, mas tendo-os somente visto e saudado de longe, confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Ora, os que assim falam mostram que procuram uma pátria. Se eles tivessem pensado naquela que tinham deixado, teriam tido oportunidade de lá voltar; mas agora eles aspiram a uma pátria melhor, isto é, à pátria celeste. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado o «seu Deus», porque preparou para eles uma cidade.

Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac, e estava preparado para oferecer o seu único filho, ele que tinha recebido as promessas e a quem tinha sido dito: “Por meio de Isaac será assegurada a tua descendência.” De fato, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho.

Evangelho segundo São Lucas 1, 69-73-75
E nos deu um Salvador poderoso
na casa de Davi, seu servo,
conforme prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;
para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos de todos os que nos odeiam,
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança;
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de o servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça, na sua presença,
todos os dias da nossa vida.

Evangelho segundo São Marcos 4, 35-41
Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele.

Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada.

Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. Depois disse-lhes: «Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, PS 54,10; CCL 39, 664
«Ele falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: 'Cala-te'»
Estás no mar e surge uma tempestade. Não te resta senão gritar: «Salva-me, Senhor!» (Mt 14, 30) Ele estende-te a mão, O que anda sobre as ondas sem temor, que te remove o medo, que assenta n'Ele próprio a tua segurança, que te fala ao coração e te diz: «Pensa no que já suportei. Sofres por causa de um mau irmão, de um inimigo exterior? Não tive Eu também os meus? À minha volta, os que arreganhavam dos dentes, mais perto de Mim, o discípulo que Me traiu.»

É verdade, a tempestade causa estragos. Mas Cristo salva-nos «da pequenez da alma e da tempestade» (Sl 54, 9 LXX). O teu navio está agitado? Talvez seja porque em ti Cristo dorme. Sobre um mar furioso, o barco onde navegavam os discípulos estava agitado e, contudo, Cristo dormia. Por fim, chegou o momento em que estes homens perceberam que estava com eles o Senhor e Criador dos ventos. Aproximaram-se de Cristo, despertaram-No: Cristo mandou calar os ventos e fez-se uma grande calma.

O teu coração perturba-se com razão, se esqueces em Quem crês; e o teu sofrimento torna-se insuportável se tudo o que Cristo sofreu por ti permanece distante do teu espírito. Se não pensas em Cristo, Ele dorme. Desperta Cristo, recorre à tua fé. Porque Cristo dorme em ti quando te esqueces da Sua Paixão; se a recordas, Cristo vela por ti. Quando tiveres meditado com todo o teu coração no que Cristo sofreu, não suportarás com mais perseverança as tuas aflições? E talvez te sintas, com alegria, levemente semelhante ao teu Rei no sofrimento. Sim, quando estes pensamentos começarem a consolar-te e a dar-te alegria, saberás que foi Cristo que Se levantou e que mandou calar os ventos; daí a calma que se faz em ti. «Espero, diz um salmo, Aquele que me salvará da pequenez de alma e da tempestade.»

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110129

samedi 29 janvier 2011

28 de Janeiro de 2011 – Sexta-feira da 3ª Semana do Tempo Comum (Semana III do Saltério) – Ano A

Carta aos Hebreus 10, 32-39
Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, suportastes a grande luta dos sofrimentos, tanto sendo expostos publicamente a insultos e tribulações, como sendo solidários com os que assim eram tratados. Tomastes parte nos sofrimentos dos encarcerados, aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, sabendo que possuís bens melhores e mais duradouros. Não percais, pois, a vossa confiança, à qual está reservada uma grande recompensa.

Na realidade, tendes necessidade de perseverança, para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Pois ainda um pouco, de fato, um pouco apenas, e o que há de vir, virá e não tardará. O meu justo viverá pela fé, mas, se ele voltar atrás, a minha alma não encontrará nele satisfação.

Nós, porém, não somos daqueles que voltam atrás para a perdição, mas homens de fé para a salvação da nossa alma.

Salmos 37 (36), 3-6.23-24.39-40
Confia no SENHOR e faz o bem;
habitarás a terra e viverás tranqüilo.
Procura no SENHOR a tua felicidade,
e Ele satisfará os desejos do teu coração.
Confia ao SENHOR o teu destino,
confia nele e Ele há de ajudar-te.
Fará brilhar, como luz, a tua justiça,
e, como sol do meio dia, os teus direitos.
O SENHOR assegura os passos do homem
e se compraz nos seus caminhos.
Se cair, não ficará por terra,
porque o SENHOR há de estender-lhe a mão.
A salvação dos justos vem do SENHOR;
Ele é o seu refúgio na hora da angústia.
O SENHOR os ajuda e liberta,
defende os dos ímpios e os salva,
porque nele se refugiam.

Evangelho segundo São Marcos 4, 26-34
Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.»

Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.»

Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cromácio de Aquiléia (? – 407), bispo
Sermão 30, 2 (a partir da trad. SC 164, p.137)
A semente lançada à terra dá muito fruto (Jo 12, 24)

O Senhor comparou-Se a Si mesmo a um grão de mostarda: ainda que fosse o Deus da glória e da majestade eterna, tornou-Se muito pequeno, porque quis nascer de uma virgem com um corpo de criança pequena. Foi lançado à terra quando o Seu corpo foi posto no túmulo. Mas, depois de Se ter elevado de entre os mortos pela Sua gloriosa ressurreição, cresceu sobre a terra até Se tornar uma árvore em cujos ramos habitam os pássaros do céu.

Esta árvore significa a Igreja que a morte de Cristo ressuscitou na glória. Os seus ramos só se podem entender como sendo os apóstolos porque, tal como os ramos são o ornamento natural da árvore, assim os apóstolos são o ornamento da Igreja de Cristo pela beleza da graça que receberam. E diz-se que nestes ramos habitam os pássaros do céu. Alegoricamente, os pássaros do céu designam-nos a nós que, vindo à Igreja de Cristo, descansamos sobre o ensino dos apóstolos, como os pássaros sobre os ramos.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20110128
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110128

mercredi 26 janvier 2011

27 de Janeiro de 2011 – Quinta-feira da 3ª Semana do Tempo Comum (Semana III do Saltério) – Ano A

Carta aos Hebreus 10, 19-25
Temos, pois, irmãos, plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade e, tendo um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus, aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura.
Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Estejamos atentos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, sem abandonarmos a nossa assembléia – como é costume de alguns – mas animando-nos, tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia.

Salmos 24 (23), 1-6
Ao SENHOR pertence a terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
 nem jura pelo que é falso.
Este há de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que o procuram,
dos que buscam a face do Deus de Jacó.

Evangelho segundo São Marcos 4, 21-25
Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.»
E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Paulo VI, Papa de 1963-1978
Exortação apostólica «Evangelii nuntiandi» § 80 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
A candeia sobre o candelabro
Outro apelo, aqui neste ponto [pela evangelização nos dias de hoje], inspira-se no fervor que se pode observar sempre na vida dos grandes pregadores e evangelizadores, que se consagraram ao apostolado. [...] Eles souberam superar muitos obstáculos que se opunham à evangelização. De tais obstáculos, que são também dos nossos tempos, limitar-nos-emos a assinalar a falta de fervor, tanto mais grave pelo próprio fato de provir de dentro, do interior de quem a experimenta. Essa falta de fervor manifesta-se no cansaço e na desilusão, no acomodamento e no desinteresse e, sobretudo, na falta de alegria e de esperança de numerosos evangelizadores. E assim, exortamos todos aqueles que, por qualquer título e em alguma escala, têm a tarefa de evangelizar, a alimentarem sempre o fervor espiritual. [...]
Conservemos o fervor do espírito, portanto; conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! Que isto constitua para nós, como para João Batista, para Pedro e para Paulo, para os outros apóstolos e para uma multidão de admiráveis evangelizadores no decurso da história da Igreja, um impulso interior que ninguém nem nada possam extinguir. Que isto constitua, ainda, a grande alegria das nossas vidas consagradas. E que o mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios não de evangelizadores tristes e descoroçoados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram os que receberam primeiro em si a alegria de Cristo, e são aqueles que aceitaram arriscar a sua própria vida para que o Reino seja anunciado e a Igreja seja implantada no meio do mundo.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20110127
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110127